A dispepsia é um distúrbio comum que afeta até 30% da população em geral.
Os sintomas de dispepsia incluem dor ou desconforto abdominal superior e frequentemente incluem sintomas de queimação, pressão ou plenitude, muitas vezes, mas não necessariamente, relacionados às refeições.
em espanhol
Tratamiento la Dispepsia Funcional:Cuáles son sus opciones?
Outros sintomas comuns incluem sensação precoce de plenitude (saciedade), náusea, arrotos e inchaço.
Embora os sintomas dispépticos possam se desenvolver devido a doenças como úlcera péptica ou gastrite, a grande maioria das pessoas que procuram médicos por sintomas dispépticos são diagnosticadas como tendo dispepsia funcional.
A dispepsia funcional (DF) é um distúrbio heterogêneo; em outras palavras, uma variedade de causas pode levar a sintomas semelhantes. Alguns estudos sugerem que a DF é uma condição crônica para muitas pessoas, com aproximadamente 50% dos pacientes ainda apresentando sintomas ao longo de um período de acompanhamento de 5 anos.
Embora a definição de DF tenha mudado um pouco ao longo dos anos, o distúrbio é geralmente considerado como um grupo de sintomas que se acredita ter origem no trato digestivo superior (estômago e intestino delgado superior) na ausência de qualquer doença estrutural ou metabólica que possa explicar a sintomas. Frustrantemente, os sintomas da DF não orientam de forma confiável a terapia.
Causas da dispepsia funcional
As causas da dispepsia funcional são amplamente desconhecidas e provavelmente múltiplas. Algumas evidências existem para implicar uma predisposição genética. Embora
H. pylori infecção pode produzir sintomas dispépticos em um pequeno subgrupo de pacientes, há poucos dados para apoiar esta bactéria como causa dos sintomas na maioria dos pacientes. Fatores psicológicos podem influenciar a experiência dos sintomas em alguns pacientes com dispepsia funcional.
Alterações na função gástrica foram identificadas em muitos pacientes com DF. Em aproximadamente 40% dos pacientes com dispepsia, o estômago não relaxa normalmente em resposta a uma refeição. Isso é conhecido como “acomodação prejudicada” e pode estar associado a sintomas de plenitude e pressão em alguns pacientes. Contrações estomacais prejudicadas e esvaziamento estomacal anormal também podem ser observados em uma porcentagem semelhante de pacientes.
O esvaziamento do estômago prejudicado tem sido associado a sintomas de inchaço e sensação precoce de plenitude. Até dois terços dos pacientes com dispepsia funcional têm percepção aumentada da atividade do estômago, que é chamada de hipersensibilidade visceral. Embora frequentemente observada, a hipersensibilidade visceral na dispepsia funcional não tem sido fortemente associada a nenhum sintoma específico.
Opções de tratamento
As opções de tratamento para dispepsia funcional geralmente incluem uma ou uma combinação de: - Dieta
- Erradicação de H. pylori
- Medicamentos para baixar a acidez
- Agentes procinéticos e antieméticos
- Terapias de ação central
Dieta – A maioria dos pacientes com DF apresenta sintomas associados à ingestão de alimentos. Dessa forma, muitas recomendações dietéticas são feitas, embora nenhum ensaio clínico tenha avaliado formalmente intervenções dietéticas específicas para o tratamento da DF. Existem dados limitados que sugerem que a gordura na dieta pode induzir ou exacerbar os sintomas e os pacientes geralmente relatam melhora ao comer refeições com baixo teor de gordura e refeições menores e mais frequentes.
Erradicação do H. pylori – Embora o teste e o tratamento da infecção por H. pylori sejam recomendados e frequentemente empregados, a erradicação da infecção por H. pylori geralmente não melhora os sintomas além daqueles associados à úlcera péptica. Em pacientes com DF, há pouco benefício além do placebo na erradicação da infecção por H. pylori e uma análise recente descobriu que apenas um em cada quatorze pacientes infectados por H. pylori com DF se beneficiaria do tratamento.
Medicamentos para baixar a acidez – Bloqueadores H2 como ranitidina (Zantac)**, cimetidina (Tagamet), nizatidina (Axid) ou famotidina (Pepcid) são o agente inicial usado por muitos prestadores de cuidados primários e são marginalmente melhores que o placebo na melhora do centro abdominal superior ( epigástrica), embora não melhorem outros sintomas dispépticos.
Se os bloqueadores H2 não melhorarem os sintomas, a maioria dos médicos usa um inibidor da bomba de prótons (IBP) – omeprazol (Prilosec), lansoprazol (Prevacid), rabeprazol (Aciphex), pantoprazol (Protonix) ou esomeprazol (Nexium). Os riscos a curto prazo dessa estratégia são baixos e isso pode proporcionar alívio dos sintomas em um pequeno número de pessoas, muitas das quais podem ter refluxo ácido silencioso. Como grupo, os IBPs são aproximadamente 10% melhores que o placebo na melhora dos sintomas dispépticos. No entanto, o uso a longo prazo de IBPs pode ser caro.
Há dados emergentes sugerindo que o uso de IBP a longo prazo – quando combinado com outros fatores de risco – pode colocar alguns pacientes em risco aumentado de colite por Clostridium difficile, pneumonia adquirida na comunidade e fraturas de quadril. No entanto, o risco geral do uso de IBP a longo prazo parece ser relativamente pequeno.
Agentes procinéticos e antieméticos – Pacientes com náusea responderão a medicamentos que visam esse sintoma específico. Dados limitados sugerem que sintomas de sensação precoce de plenitude, plenitude abdominal superior e desconforto após a alimentação podem responder ao uso de medicamentos que aumentam a motilidade gastrointestinal (agentes procinéticos). As drogas metoclopramida (Reglan) e domperidona (Motilium) são agora os agentes mais comumente empregados.
Infelizmente, a metoclopramida muitas vezes tem efeitos colaterais significativos, incluindo ansiedade, sonolência, diminuição da libido e sensibilidade mamária, bem como distúrbios do movimento. Fale com o seu médico antes de usar metoclopramida. A FDA exige um aviso em caixa e uma estratégia de mitigação de risco para medicamentos contendo metoclopramida. Leia mais aqui.
A domperidona não está comercialmente disponível nos Estados Unidos, embora seja amplamente utilizada em grande parte do resto do mundo. A utilidade da terapia procinética na dispepsia funcional, até o momento, ainda não foi comprovada.
Terapias de ação central – Grande parte do controle da função e sensação digestiva está sob a orientação do sistema nervoso central; terapias que visam mecanismos de controle central podem ter valor no alívio dos sintomas. Os antidepressivos tricíclicos, usados em doses menores do que as necessárias para tratar a depressão, podem melhorar os sintomas de dispepsia em pacientes que não obtiveram benefícios do tratamento com bloqueadores H2 ou procinéticos.
Outro tipo de antidepressivo, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), não foram bem estudados para o tratamento da DF, porém parecem eficazes no tratamento de outros distúrbios digestivos funcionais.
A hipnoterapia pode melhorar os sintomas dispépticos em alguns pacientes, e um estudo recente descobriu que a hipnoterapia foi melhor do que a terapia médica e a terapia de suporte para melhorar a qualidade de vida e os escores de sintomas. Embora não sejam bem estudadas, as terapias psicológicas, incluindo a terapia cognitivo-comportamental, também podem aliviar os sintomas da dispepsia.
Conclusões
A dispepsia funcional é um distúrbio digestivo comum que permanece pouco compreendido. Investigações em andamento buscam definir causas e terapias eficazes. Atualmente, o National Institutes of Health (NIH) está patrocinando um estudo multicêntrico nacional que espera definir melhor as causas e tratamentos para a DF.
Uma descrição do estudo está disponível em:http://www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT00248651
** A partir de setembro de 2019, a Food &Drug Administration (FDA) dos EUA está alertando profissionais de saúde e pacientes sobre recalls específicos de ranitidina (Zantac). Encontre detalhes da FDA aqui